A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) enviou notificações para 20 mil operadoras e provedores de internet nesta quarta-feira (18), ordenando novamente o bloqueio da rede social X, após a plataforma ter retomado suas operações no Brasil.
A informação é da coluna de Andreza Matais no UOL. A agência contou com o apoio da empresa americana Cloudflare, utilizada pelo X para "driblar" a ordem judicial do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que havia determinado o bloqueio do aplicativo.
Com o suporte da Cloudflare, a Anatel conseguiu isolar o tráfego do X sem impactar outros serviços que utilizam a mesma rede, como o próprio STF e bancos privados, evitando assim uma interrupção mais ampla de serviços.
O bloqueio foi necessário após a rede social alterar sua configuração de tráfego apenas no Brasil, em uma tentativa de burlar a decisão do STF. A Anatel informou à colunista do UOL que espera que o bloqueio seja implementado pelas operadoras até o início da manhã de quinta-feira.
X afirma que retorno no Brasil foi ‘involuntário’
A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, declarou nesta quarta-feira (18) que a volta do acesso à plataforma no Brasil foi “involuntária”. De acordo com a AFP, o incidente ocorreu devido a um problema técnico durante a troca de provedor de rede.
A plataforma voltou a ser acessível parcialmente no país após suspensão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Para o retorno de acesso de parte dos usuários acontecer, o X passou a usar serviços da Cloudflare. Especializada na área de segurança e tráfego na Internet, a empresa americana é uma das gigantes do setor e também presta serviços para várias empresas e bancos no Brasil.
Segundo comunicado divulgado na conta de Assuntos Governamentais Globais da rede social, a mudança de provedor “resultou em uma restauração temporária e involuntária do serviço para os usuários brasileiros”. A empresa afirmou ainda que espera que o acesso seja novamente suspenso “em breve”, em conformidade com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Veja o comunicado
"Quando o X caiu no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço à América Latina não conseguia mais ser acessada pela nossa equipe. Para continuar provendo o serviço ideal para nossos usuários, nós mudamos o provedor de rede. Essa mudança resultou em uma restauração de serviço inadvertida e temporária para os usuários brasileiros. Embora esperemos que a plataforma fique inacessível novamente em breve, continuamos nossos esforços para trabalhar junto com o governo brasileiro para que ela retorne o quanto antes ao povo do Brasil".
O bloqueio do X no Brasil
A primeira ordem de bloqueio ao X ocorreu em 30 de agosto, como parte de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes.
A rede social, que pertence a Elon Musk, não cumpriu a legislação brasileira após encerrar suas operações no país.
Musk alegou que seus funcionários estavam sendo ameaçados de prisão por não obedecerem a ordens judiciais que ele considerava abusivas.
O X também se recusou a remover perfis que promoviam ataques golpistas, incluindo mensagens que defendiam o fechamento do Supremo, a divulgação de dados pessoais de delegados e apoio à tentativa de golpe ocorrida em 8 de janeiro de 2023.
Além do bloqueio, Moraes ordenou o congelamento das contas da Starlink, outra empresa do grupo de Musk, devido à falta de pagamento de multas aplicadas ao X.
A decisão foi inédita, punindo uma empresa por dívida de outra pertencente ao mesmo conglomerado.
Com informações de Olhar Digital
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